RENASCIMENTO NA CARNE

Corporificados nos atemos às grandes oportunidades

De está no planeta das modestas e felizes experiências

E nesse espetáculo sem fim, somos agradecidos Senhor

Pela benção do renascimento

Pela hora abnegada que nos conduzistes a terra

Pelas benditas asas da reencarnação

Bendito som da vida que nos enternece a alma

A nos trazer à tona nós mesmos em outra roupagem

Ó grande Deus, ó Grande Senhor

Tu que nos destes a vida

Tu que nos destes o dom de versar sobre a poesia

Tu que nos destes laços enormes com a natureza!

Eis-me Senhor a te pedir novas oportunidades na carne

Para cantar novamente os versos iluminados

Que aprendi a fazer através da visão

De espírito trabalhador da tua vinha

Grande Pai,  incita-nos a melhorar sempre para cantar

A vida em essência, em flores, em divino e puro amor

Ó Brasil, ó nação, como tenho saudades!

Do canto do sabiá, da defesa dos negros indefesos

Faz-me novamente teu poeta  e cantador em alegação

Daquilo que acredito e sempre acreditarei

E nessa leva de luz que tu nos aponta, eu um dos teus poetas

Peço-te um novo lugar nesse grande celeiro de bênçãos

Se me autorizares aportarei aqui novamente

Virei meu Pai para cantar novas canções

Dessa vez não avistarei nenhum navio negreiro

Nenhuma chibata a maltratar os meus irmãos de pele escura

E o meu canto será diferente

Mais preparado voarei sobre mim consciente

De que estarei em um novo corpo, em uma nova existência

Não como poeta dos escravos, mas como um teu trabalhador

E regozijado no amadurecimento que já conquistei

Te  renderei graças no pivô que me colocarás

Serei eu o Castro Alves melhorado e mais ciente

De que o passado cruel o qual tanto cantei

Não está mais na terra abençoada chamada Brasil

E é aqui Pai, que desejo novamente viver para rever

Os teus mares, os rios, as florestas

O chão baiano, o chão carioca, o chão paulista...

Como um dos filhos universais que amará

A tua natureza e a toda família universal

E assim para esse pedido deposito aos teus pés

Um buquê de flores do campo nascidas aleatoriamente

Com a força bendita da mãe terra

Que com ou sem cultivo tudo nasce, brota e floresce

Em genuflexão Pai, faz de mim

Um dos teus novos trabalhadores na terra

Se me dizes sim, eu continuo em agradecimento a vida

Sim agora me dizes não, permanecerei trabalhando

Distante e perto dos meus amados irmãos brasileiros

E a poesia continuará nesse plano em mim

Com todo fervor que minha alma de poeta tem!

Agradeço-te Pai o dom de cantar e escrever

A tua natureza em letras, em versos poéticos

Através de mãos e coração que me colocastes no caminho

As quais não conheço fisicamente

E sim, a sua disponibilidade e a boa vontade

De conectar-se com as luzes das letras dos céus!

                                        Castro Alves

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