Desabafo
Estou no escuro, sozinho, nada mais me resta
A não ser esconder-me de mim numa reta sem fim
Vejo em tantos posição, sorte, dinheiro amor...
Por que fui abandonado
No porão da ignorância da antiga revolta,
Que sei não me levar a lugar algum
Entregue a pensamentos sombrios, choro convulsivamente...
Tenho desejo de que tudo passe e se torne claro
Imploro Senhor, tira-me do abismo da pouca visão
Que me desnorteia sem que eu possa me libertar
Senhor, eu te peço sinceramente: permite que idéias venham
Para que eu supere fazendo outro destino
Em meio à prece, lembro-me de ser um dos filhos de Deus
Um co-criador, um ser diferente, porque ninguém nasceu igual
E agradeço Senhor, sei que ainda sou um enfermo
Que se ver no escuro sem abrir portas para se refrigerar
Não é saudável, sei que preciso curar-me das dores marcadas
No meu espírito que não soube viver melhor
Quando excursionou em outras vidas
E essa projeção tatuada em mim torna-se visível
Masmorra escura, sangue derramado, mentes assassinadas!
E o cumprimento da lei, me fazendo sofrer também pela espada que feriu e ceifou desordenadamente vidas inocentes
Vidas de Deus, que não morreram com o tempo
Permanecem vivas, incólumes, imortais, cada vez melhores!
Augusto dos Anjos
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