ENTREVISTA CONCEDIDA POR UM GRANDE BRASILEIRO

ENTREVISTA CONCEDIDA POR UM GRANDE BRASILEIRO

 

 

Preparei-me para aquele mister, como diriam outros entrevistadores encarnados:  senti um leve “friozinho na barriga”. Claro que falo em tom figurativo. Eu iria estar no mundo espiritual diante de quem já  é “tarimbado” nas reportagens do além. Mas centrei-me em meu senso de jornalista experimentado, afinal eu também estava na mesma condição deles. Parti com os meus instrutores. Era uma prova que iria passar para tirar meu diploma por aqui. Já pensaram no que seria um evento dessa natureza?

 

Bem, arrumei o velho paletó, e também a gravata de laçinho e fomos à mansão dos jornalistas e entrevistadores selar o meu compromisso agendado. Nada do que se possa comparar a tecnologia da terra, haja vista que as idéias daí inegavelmente nascem por aqui. Portanto, não se envaideçam porque os técnicos e inventores que aqui residem estão antenados com o que há de mais moderno do mundo tecnológico. Apesar de já saber como acontece todo esse processo, às vezes ainda me surpreendo como homem maduro dentro dos noticiosos.

 

Havia outros jornalistas como eu naquele evento. Aguardei a minha vez e o meu convidado também já estava à minha espera. Muito bem vestido à moda antiga tipo início  do século passado. Eu estava ali frente a frente com aquele pequeno e grande homem que mudou a história de todo mundo. Era ele o nosso amado inventor Alberto Santos Dumont. Olhei-o carinhosamente e de certa forma ansioso no bom sentido, para dialogar abertamente sobre a sua nova vida no plano desconhecido da vida verdadeira.

 

Acomodamo-nos olhando um para o outro, e como de praxe cumprimentei-o muito feliz e já agradecendo esses felizes momentos que passaríamos falando de assuntos que a terra nem sequer pode imaginar.

 

Dumont, felicitou-me  pelo desempenho na terra e o progresso que levei ao mundo através do meu trabalho e de toda uma equipe também bastante respaldada. Começou-me dizendo que era um grande prazer e que acompanhou muito dos meus feitos na terra.

 

Agradeci aquele pequeno homem, simples, sereno, amadurecido, pois a honra em está ali era minha porque Deus havia me concedido essa oportunidade para que juntos trocássemos algumas idéias. Não tinha muito tempo, porque aqui em cima a disciplina está acima dos nossos ideais. Sem ela como disse Savina...

 

Bem, começo eu: Ilustríssimo Dumont, após longo tempo de ausência, o senhor já teve a chance de voltar novamente à terra?

 

Sim caríssimo jornalista, para o aprendizado e renovação do meu espírito. A história conta muitos horrores de minha personalidade. Alguns  exageros,  claro. Na verdade fui inseguro em virtude de um passado mais recuado. Como inventor, já havia construído muitos outros inventos no passado, dentre eles o cata-vento, o moinho de vento, etc. Minha grande missão era a de entrar para a história não vaidosamente, mas com inventos que trouxessem ao homem a praticidade de deslocamento. O sofrimento que falam que vivi é exagero, na verdade já trouxe uma fragilidade e predisposição a doenças que não vem ao caso, e, realmente quando senti que os homens desviaram o objetivo do avião para o lado bélico, entristeci-me mesmo. Tinha dificuldades de adaptação na terra... Essa era a verdade, talvez porque eu visse muito além... Fui um obstinado dentro do que entendia e do que me vinha à cabeça para criar. Não sossegava. Mas eu tinha uma solidão doentia dentro de mim, um vazio que não me completava. E sem esclarecimentos a respeito da vida verdadeira, entrei em pânico interno. Minha alma tinha mais instrução tecnológica, mas não consegui dar maior ênfase e assim parti...

 

Fui tratado por aqui, das maiores deficiências que trouxe comigo. Depois voltei à carne por duas vezes anonimamente para trabalhar a minha readaptação no plano  terra. Hoje continuo o meu trabalho de muita responsabilidade, que, aliás, é em favor da vida.

 

- Obrigado amigo Dumont, mas poderia me explicar que tipo de trabalho exerce no mundo superior?

 

-  Sim. Auxilio modestamente aos engenheiros siderais,  é assim que os chamamos, são técnicos que entram na modernidade dos inventos. As  criações são de máquinas sofisticadas que ajudam o homem na área da ciência médica.

 

- Podes-me explicar melhor esse seguimento?

 

- Claro que sim. Refiro-me a máquinas muito sensíveis que detectam problemas de saúde, programa de computadores, essências medicamentosas, isso porque também já vivi um percurso nessa área.

 

- Maravilha meu caro Albert. Agora que tal falarmos de suas engenhocas do passado?

 

- Como essas informações chegavam até você, já que sabemos que ninguém cria nada sozinho?

 

- Bem meu caro Jornalista, eu sonhava presenciando aquilo lá voando, mas as engrenagens eu tinha que “bolar”. Elas vinham facilmente em minha mente. É tanto que eu caia e de novo levantava sem desejar desistir. Hoje conheço bem como esse tipo de projeção acontece. Há uma central que nos remete à mente, claro que é operada por inventores, e eu apenas recebia a idéia para desenvolvê-la. Era muito divertido. Minha mente girava martelando somente em torno de cada proposta a mim enviada.Ah!   Se eu soubesse naquele tempo que  era assim!

 

- Mas nunca desconfiei dessa organização que existe nos mundos paralelos e cheios de luz. Pena não é amigo?         

 

- Pena mesmo meu caro amigo Dumont.

 

- O amigo tem planos de voltar à carne?

 

 - Não exatamente agora até que gostaria, pelo que estou assistindo por aqui a grande devassa na aviação, não somente brasileira mas mundial, gostaria de reinventar, sinceramente. Preocupa-me os erros humanos. Preocupa-me as falhas mecânicas... Mas a análise meu caro amigo, é da terra e não minha. Estou vivendo um tempo em que presto os meus serviços a humanidade,  e estou muito feliz com esse emprego que Deus me facultou.

 

- Gostaria de pedir nessa oportunidade que as pessoas me vissem hoje como um ser alegre, cheio de vida e de muita criatividade, pois o espírito não para de criar,   se este for o seu desejo.

 

- Minha tristeza foi passageira. Vivi querendo criar era um obstinado desde criança. Mas essa fase já passou. A verdade é que as pessoas são sempre cultuadas pelo que foram e não pelo o que elas são hoje.

 

As mudanças são operadas às vezes em dias, em horas, meses, anos, porque após mais de um século a essência de alguém que não se deteriorou continuará a ser a mesma que viveu em outro tempo?

 

É muito bom questionar não a vida da carne, mas a vida abrangente do espírito que se eternizará para sempre.

 

RM/- Sei que os nossos momentos já estão acabando, mas desejo lhe fazer a última pergunta, ou melhor, saber que recado desejas mandar para aqueles que te amam e que nunca te esqueceram, especialmente da França, a sua outra pátria?

 

- Meu amigo, quando você fala do Brasil, me anuvia a alma, e quando fala da França também. Sempre fui dividido e descobri porquê. A França me acolheu não somente como Santos  Dumont, mas lá tive outra existência a qual fui bastante feliz, que não vem ao caso aqui contá-la. Quem sabe um dia... O fato é que fui uma grande personalidade francesa que ajudou aquele país em seus mais caros propósitos da época. Então minha vontade de ir até lá foi um imperativo da lei para agradecer inconscientemente o carinho que me dedicaram. Amo muito também aquele país.

 

-Nosso tempo acabou caríssimo inventor e ilustre brasileiro, deseja dar seu ultimo recado?

 

- Sim, que possam as autoridades brasileiras se empenhar com mais cuidado em relação a aviação. Nela há erros que a nível físico e espiritual são imperdoáveis. Invistam em infra-estrutura, remodelações de pistas, horas de vôos condizentes com o limite físico dos profissionais, etc. E que olhem também por todos aqueles que perderam seus entes queridos nesses desastres fatídicos. Que tenham muita atenção em termos de indenizações a essas pessoas que desejam solucionar as suas perdas, sabemos que o pagamento não vai resolver a dor, no entanto, encerrará um triste capitulo de suas histórias.

 

Não esquecendo de que as leis terrenas detectam os erros e os acertos, mas as leis divinas sabem quem realmente errou e quem acertou, porque registram de forma impecável todas as vírgulas e todos os tils de cada acontecimento.

 

- Abraço-o amado amigo e agradeço sua atenção por essa entrevista que muito me emocionou.

 

- Caro amigo Jornalista, somos todos tratados por aqui como filhos de Deus, assim como imaginas que sou especial, você também o é, todos somos fagulhas luminosas e iguais do amor de Deus para sempre.

 

Um abraço de saudades a todos os irmãos brasileiros e aos meus amigos e irmãos da França, minha outra pátria amada, berço abençoado dos nossos inventos. Até um dia.

 

- Encantado amigo, até um dia, que possas prosseguir na tua jornada de inventor criando mais para cresceres como espírito eterno e que para nós é e será sempre  imortalizado como Santos Dumont, o homem que ousou criar em uma terra que não era a sua. Brilhou e brilhará em todos os ares  e  em nossos corações.

 

- Agradecido caríssimo jornalista e inventor do jornalismo moderno e dinâmico.

 

Naquele momento agradeci a Deus a ventura desse encontro e dos próximos, porque estou aguardando autorização dos pedidos para outras entrevistas.

 

Contudo amados leitores, não se sintam decepcionados, pois nem tudo os espíritos tem permissão para revelar. Há fatos passados que nos dias de hoje não mais os interessa.

 

Cada existência é uma fase que se vai, o que fica são as experiências, as lições e o aprendizado se estas existiram.

 

Gratificado em Deus também por esse momento, e certo de que poderemos juntos chegar a exercitar o melhor que temos dentro de nós.

 

Com o espírito cheio de deslumbre pela vida, abraço-os com o meu carinho de pai, de parente, de amigo, de companheiro, de brasileiro e de Jornalista do além:  Roberto Marinho.

 

 

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